30 junho 2010

"Bang bang, shoot shoot"


A noite me acolhe calorosamente
Me envolve em seda pura

Deixo o riso escapar oportuno
transparecendo um eu tão raro

Felicidade descontida
faz de mim inviolável

Deixo o sol entrar em minha alma
deixo que o relógio conte as horas

Explodo em euforia ilimitada
me contenho em riso

Disponho de mim
Sinfonicamente, sou presente.

23 junho 2010

O meio



Cansei de falar de amor,
por acreditar ainda mais nele.
A realidade me cega.
desvirtua.

Me cospe na cara
me distancia,
me exila.

Suas leis me sufocam,
sua mesmice me confronta;
sou batalha perdida.

Meus ganhos são egoístas,
e são tantos
e nunca esquecidos, por mim.

Vivo de acordo, pagã.
Não tenho fome ou sede
Tenho desejos hereges e extintos.

Consumidos todos
por diversos corpos;
sou alma perdida.
Em chamas sou calma,
devota do amor.

13 junho 2010

Vida

A vida é carceraria,
salvo ao encontro da felicidade (verdadeira)

É medíocre
e essencial

Super-valorizada
em suas banalidades

Barbarizada
em seus extremos.

É fuga,
é viva

É o vicio
do ser humano

De inicio não-quisto,
é morte irrevogável.

É tudo.
Nada, somos nós.

03 junho 2010

Avesso

http://www.trekearth.com/

Sei que já é hora
de eles partirem
Quando a graça dela, subitamente,
transforma-se em cotidiano insuportável ,
redundante.

Quando dentro de mim
a cólera transborda como lava
E de dentro a ira grita silenciosa à todos:
que se vão!

E, impermeável
ardo em fogo frio
Que congela os pensamentos
e torna a noite menos noite
e a mente menos sã

Quando tudo o que se enxerga
e a trégua da esperança
que caminha atrás de mim,
inexistente.