15 julho 2011

A última dança

                                               “The Last Dance” by Michael Maier

E como num susto,
pego de surpresa pelo acaso,
apaixonou-se

Como a cena de uma peça não ensaiada
gaguejou inúmeras vezes
até que sua fala -finalmente- tomasse forma

De repente
fluia natural
e intensamente

Não havia dúvidas
aquilo era o paraíso
deleitava-se com aquele momento

Agora contava os dias,
e as horas,
para que pudesse revê-la novamente

Porém, estava em conflito
seu interior virara
uma verdadeira batalha

Sua razão dizia que estava louco
mas seu coração explodia em seu peito
falando mais alto, gritando

Até que um dia, sorrateira,
a consciência bateu em sua porta
- ameaçadora -

Chacoalhou-o com tamanha força
que seu coração descompassado, de imediato,
voltou a sua batida corriqueira

Então a paixão,
esperançosa como é,
veio bater-lhe na porta, inconsolável

Bateu, bateu...
e sem resposta alguma - já exausta-
tomou um novo rumo

E ele permanece
em sua razão e consciência
que sempre lhe abastece.

14 julho 2011

Confidente



Hipnotizada pela lua,
sinto a terra girar lentamente
ofuscando as construções,
sua beleza reina soberana

Como a mim,
silencia o vento,
faz plano de fundo
para o meu cenario surreal

Deleito-me com sua beleza
confidencio-me de olhos fechados
Sinto a noite penetrar
as palavras não ditas

Derramo-as todas no papel
que coberto de tinta
pinta minha historia com estrelas
em seu negro céu.