10 agosto 2011

Noite de brisa




E num súbito blackout interno
tateei toda a sala
até encontrar uma lanterna

Porém, ao acendê-la,
não pude reconhecer 
o lugar onde estava

Não pela escuridão predominante,
mas pelos próprios objetos,
e mais ainda pela falta deles

Estava perdida...
E, de repente, senti um calafrio que me arrepiava
Congelando a alma

De repente me senti sozinha,
desamparada
Onde estariam todos?

Não escutava mais o som das risadas,
ou o som perturbador das pequenas discussões
Tudo era um grande vazio
um grande buraco negro, sem fim

Por dentro meu coração gritava,
desmanchava-se em pequenos pedacinhos
que me dilaceravam, pouco a pouco, a cada movimento

Aos poucos meus olhos exaustos
fechavam-se
Até que o breu houvesse me encoberto por completo