04 maio 2010

Aujourd´hui

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Se segunda me preenchera com um pouco do seu nada, onde eu poderia ser tudo e isso não significaria coisa alguma, o dia seguinte me pegou de supetão e me arrancou um sorriso de canto de boca.

Eis que chegara mais uma terça-feira. Impiedosa terça-feira que com seu bom humor tem o costume de virar o meu do avesso, de tornar meus afazeres em tarefas árduas. Mas hoje, nada seria igual, nem mesmo a rotina.

Tudo permanecia em seu lugar. A bagunça, os livros, a máquina de café, as fotos, a cama. Mas por alguma razão o sol não era o mesmo de ontem, nem as pessoas, nem as ruas, nem eu.
Ninguém naquele instante poderia ousar sequer tentar me convencer de que as pessoas poderiam permanecer imutáveis à uma simples mudança de...quê? Não seria eu quem poderia responder a essa pergunta. Tampouco importava qual seria sua resposta ou seu significado, ou ainda se havia qualquer significado que pudesse ser compatível ou pertinente. Pois, naquele momento, algo dentro de mim florescia e brilhava, e fazia com que meus olhos refletissem esta sensação em tudo.  Que momento mágico!
E eu o vivia e o saboreava incessantemente por me dar conta de que aquilo poderia durar apenas 1 segundo mais, e eu não poderia perder 1 segundo sequer daquela sensão inexplicável que era qualquer coisa parecida com a mistura de desejo, satisfação, liberdade e calafrio.

E eu sabia que, como todas as demais coisas, aquele momento teria fim. Não tinha a ilusão ou intenção de vivê-lo mais do que ele durasse. Pois de mim ele jamais se perderia.
Eis que ele teve seu fim. Brilhante. Entrou-se em um choque com a realidade que ao contrário dele, jamais chega de surpresa.
Mas este era apenas um mero detalhe, diante daquilo que eu acabara de vivenciar.
E, como quem sabe agradecer, calei-me, para que ele de mim também não se perdesse jamais.